O Presidente do Fluminense,
Peter Siemsen, convocou nesta semana, os sócios devidamente habilitados a
participar da Assembléia Geral, que será realizada no dia 10 de novembro para
votar a proposta de mudanças no Estatuto do clube.
Trata-se de uma reforma parcial,
focada apenas em pontos específicos que a presidência julgou urgentes de serem
alterados ou inseridos. A decisão de convocar a Assembléia Geral para votar
esta reforma constitui-se numa novidade, posto que, usualmente, o Conselho
Deliberativo exercia esta prerrogativa mas, considerando o que dispõe o novo
Código Civil Brasileiro e após a contratação de um renomado escritório de
advocacia para emitir parecer sobre o assunto, decidiu-se que a Assembléia
Geral deveria ser consultada.
A proposta que será colocada em
votação foi elaborada por um grupo designado pelo Presidente e posteriormente
submetida à apresentação de representantes dos diversos grupos políticos que
compõe a base de apoio da atual administração, quando tiveram a oportunidade de
conhecer a proposta e apresentar sugestões.
O teor da proposta encontra-se
disponível no site do Fluminense, no link:
Basicamente, são propostas
alterações em 4 pontos, a saber:
1- CRIAÇÃO
DO SÓCIO-FUTEBOL; MODIFICAÇÃO DA CARTA DE DIREITOS DOS SÓCIOS
2- ALTERAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE EXIGIBILIDADE DO
PRESIDENTE DO CLUBE
3- REFORMA DAS NORMAS RELATIVAS AOS UNIFORMES
4- REFORMA
PARA OTIMIZAR A GESTÃO FINANCEIRA DO CLUBE
Apesar
da relevância de todas as propostas apresentadas, o ponto que tem gerado mais
atenção é quanto à criação da modalidade Sócio-Futebol e suas características.
Trata-se
de uma iniciativa para introduzir uma nova categoria de sócios, voltada a
atender ao imenso número de torcedores do Fluminense, cujo interesse é o time
de futebol. Este grande segmento de tricolores não possui interesse ou
disponibilidade para utilizar as demais dependências do clube, sem deixar,
porém de desejar participar do processo de escolha e eleição do Presidente do
clube.
Em
diversas oportunidades, nesta e em outras gestões, o Fluminense ofereceu pacotes
e planos para os torcedores, mas as propostas nunca alcançaram a dimensão
desejada e potencial do clube, além de não se ter conseguido fidelizar estes
torcedores como sócios. Na contramão, vemos no Brasil e no mundo, diversos
clubes com planos de associação de sócios-futebol que alcançam muito sucesso,
atraindo dezenas de milhares de pessoas.
A
administração do Fluminense disponibilizou no site do clube uma série de
respostas às perguntas mais freqüentes sobre a questão do sócio futebol, que
pode ser acessada a partir do link abaixo:
Esta
questão também já foi objeto de dois posts
aqui neste blog, a partir do levantamento que a Associação Nacional
Tricolor de Coração realizou entre os planos sócio-futebol dos principais
clubes do Brasil:
Assim, cabe neste momento
declarar que a ANTC apóia
integralmente a proposta, entendendo que esta vem ao encontro dos anseios de um
imenso número de tricolores, seja entre atuais sócios, seja entre torcedores
espalhados pelo Brasil e no exterior que até hoje anseiam pela oportunidade de
se tornarem eles, também, sócios.
Entendemos que a proposta do
sócio futebol vem atender a 3 pontos relevantes:
- Permitir aos torcedores do
Fluminense uma forma de freqüentar os jogos, treinos e outras atividades do
time de futebol, garantindo o direito e prioridade de compra de ingressos,
consolidando o processo que já foi implantado de Opt-in através de um site na
Internet.
Esta forma de aquisição de ingressos
certamente ordena o processo, evitando, reduzindo ou inibindo a ocorrência de
cambistas ou distribuição direcionada de ingressos, de tão nefasta memória,
tendo seu ápice ficado na lembrança da final da Libertadores de 2008.
- Garantir ao Fluminense ampliar
suas receitas, através do pagamento das mensalidades e de um esperado aumento
na renda de bilheteria. A tomar como exemplo a experiência de outros clubes
brasileiros e, amparados por estudos realizados, devemos esperar que o plano de
associação alcance, a médio prazo, um número acima de 30 mil sócios-futebol,
que gerarão uma receita próxima a um milhão de Reais mensais, contribuindo no
grande esforço que vem sendo empreendido para a reestruturação financeira do
clube.
- Democratizar o processo de escolha
do Presidente do Clube, através da garantia de voto aos sócios-futebol, por
considerá-los igualmente interessados e capacitados a escolher o dirigente
máximo do Fluminense, responsável pela condução do mais tradicional clube de
futebol do país. Tal prerrogativa já foi identificada como fundamental para
fidelizar o sócio-futebol, que já não verá sua associação como um simples
contrato de prestação de serviços de compra de ingressos, mas como um
instrumento de participação na condução de seu clube de coração.
Cabe lembrar que, a partir das
contribuições dos representantes dos diversos grupos políticos, foi determinado
que o prazo de carência para garantir o direito de voto ao sócio-futebol é de
24 meses ininterruptos e que não será permitido ao associado nesta categoria
candidatar-se ao conselho deliberativo.
Sabemos que a aprovação destes
pontos no novo estatuto é apenas o início do processo, já que ainda será necessário
estabelecer o funcionamento do plano sócio-futebol, divulgá-lo, implantá-lo e
administrá-lo, sendo provavelmente necessário realizar os ajustes e
aperfeiçoamentos naturais. A missão e a responsabilidade, porém, são grandes,
porque envolvem uma enorme expectativa tanto dos torcedores quanto da
administração do clube. A Associação Nacional Tricolor de Coração continuará
presente e disposta para contribuir neste desafio, na certeza de que o sócio-torcedor
é uma necessidade.
muito boa discussão. Acho que o plano Sócio-Futebol é fundamental para o clube, mas tem que ser muito bem conduzido e administrado, porque o peso de uma adesão abaixo do esperado será difícil de reverter. Se o Grêmio tem 50 mil sócios e o Coritiba 30 mil, o Fluminense também tem que conseguir um número semelhante. Para isto, o plano tem que ser bem elaborado e oferecer mais do que apenas desconto para a compra de ingressos.
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