quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Testando os nervos


O FLU jogou hoje com os nervos à flor da pele. Mal entrou em campo, já se mostrou nervoso, ansioso. Havia alguns motivos específicos para isso. O menos importante talvez fosse a ansiedade da liderança tão próxima, possibilidade que logo se concretizou com o resultado final de empate lá em Minas.
Mas com tudo isso, o FLU vinha fazendo o seu joguinho costumeiro, comboiando e dominando a partida. O erro absurdo e primário de Wagner expôs de vez os nervos do nosso time. Erro fatal, que nos custou mais uma vitória e a liderança do campeonato.
Com o gol do Corinthians veio a certeza de que hoje não seria como os outros dias. A constatação lisa e absoluta de que havíamos nos deparado com um adversário que jogava exatamente como nós, rodando a bola e aproveitando- se de contra ataques. Ficou claro que o jogo do FLU não se encaixava com o do adversário.
Por isso, na nossa leitura, o time não jogou mal, apenas encontrou um adversário chato e atento, com um goleiro de dois metros de altura em noite de gala.
Mal mesmo, estiveram Wagner e Thiago Neves, este o mais nervoso em campo, chutando para onde o nariz apontava e trabalhando pouco as jogadas, como se lhe faltasse o dom.
Nossa dupla de zaga, de reconhecida eficiência, também estava descontrolada emocionalmente, a ponto de Gum ter sido substituído antes que pudesse levar um vermelho.
O tempo passava e nada do empate. "Cava Absoluto" estava absolutamente abandonado em sua área e por pouco não foi sentar em alguma cadeira do setor norte.
E o FLU insistia, insistia e nada. Não havia organização suficiente. Até que os laterais funcionaram melhor hoje, mas as jogadas aéreas não se mostravam mortais. Faltava pontaria, faltava sorte, faltava nervos.
A essa altura o Corinthians já estava bem acomodado e parecia acreditar que o jogo já estava decidido, mas não estava. A entrada de Sóbis deu um gás a mais para o ataque do FLU pela esquerda, ao passo que a mudança de posição de Edinho, que caía pela direita como um lateral, começou a criar as melhores oportunidades da partida.
O jogo era de ataque contra defesa, e Fred perdeu chances incríveis, uma delas numa cabeçada que tirou tinta da trave esquerda do Cássio, com o goleiro já caindo para o outro lado. Parecia que não era o dia.
No entanto, com as bençãos de João de Deus, o nosso artilheiro, em jogada oportunista, conseguiu jogar ao fundo da rede o gol de empate salvador.
Aos 37 minutos ainda dava para virar e o FLU tentou. Mas não era dia de vitória hoje, era dia de nervos expostos.
O pior resultado nem foi o nosso empate, mas a vitória do Grêmio em cima do Vasco, que pelo jeito, abandonou hoje a disputa do título.
Agora estamos "ensanduichados" ( existe isso?) por dois times com 13 vitórias, enquanto nós somamos apenas 12.
A 3 pontos do Grêmio, podemos perder a segunda posição, caso sejamos derrotados na próxima rodada e o time gaúcho colha mais uma vitória. Sabemos que isso não acontecerá, mesmo com os desfalques de TN10 e Gum para o jogo contra o Figueira.
Finalizando, o FLU esteve numa noite de pesadelos e sobressaltos e no final o empate ficou com leve sabor de vitória. Em momento nenhum sentimos ser possível um resultado melhor do que este. Foi bom em termos de campeonato, pois deixamos para perder em momentos menos graves.......ou alguém pensa que os líderes não serão derrotados até a rodada final?
O Vasco já foi, o Atlético começa a vacilar, o Grêmio se aproxima perigosamente. Que o FLU mantenha a regularidade e não se deixe abalar.
Ainda faltam 18 rodadas............Só faltam 18 rodadas!!!!!!!
Em tempo, a pergunta que não quer calar: Gum saiu, entrou Sóbis. Não era prá Edinho virar zagueiro?????


quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Peter Siemsen solta o verbo: "E o Maracanã"?



Foi divulgado hoje um artigo, quase um manifesto, em tom de desabafo e crítica, assinado pelo Presidente do Fluminense, Peter Siemsen, sobre a situação do Maracanã.

O principal estádio do Rio de Janeiro, que abriga os jogos de Fluminense e Flamengo como mandantes, está fechado desde 2010 para uma reconstrução completa, com vistas à Copa de 2014. Passados exatos 2 anos de seu fechamento, tem previsão de reabertura em fevereiro de 2013 e um investimento previsto em R$808 milhões, bancados pelo poder público.

Apesar do alto investimento e da proximidade de sua reabertura, até o momento não foi definido o modelo de funcionamento: se será administrado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro ou se será arrendado à iniciativa privada. Qualquer que seja o modelo escolhido, os dois clubes necessitam se organizar e planejar para analisarem a viabilidade técnica e econômica da utilização do estádio.

O custo para a realização de um jogo no Engenhão, de acordo com os borderôs que são disponibilizados na Federação de Futebol do Rio de Janeiro e na CBF, apresentam um custo fixo básico de R$95 mil e, para não haver prejuízo, é preciso uma renda mínima de R$125 mil, o que equivale a cerca de 8 mil pagantes e um público presente próximo a 11 mil pessoas.

É necessário que os clubes conheçam o custo para utilização do Estádio e como será seu funcionamento, pois é sabido que, depois do grande investimento que vem sendo realizado, a expectativa é que seja utilizado com intensidade para diversos tipos de eventos.

O Fluminense precisa saber se o Maracanã voltará a ser “sua casa”, o estádio onde realizará seus jogos como mandante. É necessário saber se esta também é a intenção do futuro administrador do Estádio e se serão oferecidas condições adequadas para que isto aconteça. Se o custo for demasiado, é necessário que o Fluminense realize um planejamento para evitar que um grande número de jogos seja deficitário.

Voltará a ganhar força a discussão sobre a busca por um estádio próprio, que permita abrigar, no mínimo, os jogos com menor público. Há propostas de revitalização do Estádio das Laranjeiras, de arrendamento de estádios como Caio Martins e Moça Bonita, além de projetos de construção de um novo estádio, sendo o local desejado a região do Porto do Rio de Janeiro.

Transcrevemos, abaixo, a íntegra da mensagem do Presidente Peter Siemsen:

“Fluminense e Flamengo estão, com muita paciência, aguardando a volta do Maracanã, casa de seus jogos e de grandes clássicos do futebol carioca. Não é fácil ver a receita da bilheteria diminuir, o público minguar, a luta para manter o gramado em condições de receber continuamente os jogos de três clubes, além de todos os clássicos locais, e ainda ter que enfrentar um inimigo oculto: a desorganização.

Dentro da cultura do futebol brasileiro, é quase um mantra as duras críticas às dívidas acumuladas pelos clubes e à constante falta de planejamento de nós, dirigentes. No entanto, são diversos os exemplos que demonstram que o futebol brasileiro está mudando e que alguns clubes conseguem aumentos de receitas respeitáveis, impondo normas de governança na gestão, bem como, trabalhando com rigoroso planejamento nas principais áreas geradoras de receitas (marketing, divisões de base, futebol profissional, departamento comercial e etc).

Essa transformação vem possibilitando o aumento gradativo do poder econômico dos principais times do Brasil. Entre as receitas que mais crescem, há destaque para uma, em especial: aquela obtida da relação do estádio onde o clube manda seus jogos e a fidelização do seus torcedores. O Internacional, clube com a segunda maior receita do país, é o melhor exemplo da dinâmica desse instrumento de receita. São aproximadamente cem mil sócios pagantes, diretamente interessados em garantir seu lugar no estádio e a ajudar o seu clube a manter o planejamento sob controle, minimizando os sobressaltos no desempenho esportivo que qualquer time de futebol pode enfrentar.

Todavia, aqui no Rio de Janeiro, as dificuldades aumentam. Depois de dois anos em obras, a previsão do Governo do Estado é que o nosso Maracanã ficará pronto em fevereiro. Mesmo com todo esse tempo para negociar, montar um plano de uso ou pelo menos apresentar um modelo de gestão pública ou por meio de concessão à iniciativa privada, nós não temos qualquer informação oficial sobre o estádio.

Os clubes vão participar ou, pelo menos, serão ouvidos sobre o futuro do templo maior do futebol? Não somos nós os maiores usuários, diretamente responsáveis por da parte da História do outrora maior do mundo?

Dois dos mais importantes frequentadores do templo devem estar, lá de cima, decepcionados. Os irmãos Nelson Rodrigues e Mario Filho querem voltar a ver os mágicos momentos protagonizados pela dupla Fla-Flu, com arquibancadas cheias e com os clubes jogando "em casa". Qual é a empresa que lança um serviço novo ou revitalizado sem ouvir seus maiores usuários e seus clientes?

Por que a decisão tem que partir da área pública, como se fosse ela especialista em eventos de jogos de futebol? Na verdade, a meses da inauguração do novo Maracanã, não sabemos se o templo do futebol vai ser privatizado ou não. Não temos ideia se poderemos voltar a jogar lá no ano que vem ou só depois da Copa de 2014. Poderemos ser sócios do evento jogo ou seremos meros locatários? Não há respostas. E o tratamento não foi diferente na ocasião do fechamento. Do dia para a noite, mão de ferro: tem que fechar agora e pronto! Afinal, os clubes que se danem. Para que planejar? Para que se preocupar com o que vai acontecer daqui a um ano ou dois?Alguns passos rumo à profissionalização do futebol vem sendo dados por clubes sérios. Mas essa virada precisa de adesões. Nem sempre clubes e dirigentes são culpados de tudo.

Acorda, Rio de Janeiro! É hora de entender que futebol deve ser tratado com profissionalismo e que o estádio da final da Copa pode ser um bom começo. Ainda há tempo para reunir os clubes e definir o melhor modelo a ser adotado. Afinal, queremos apenas transparência e tempo para planejar. Superada essa etapa, todos temos a ganhar. Em especial o carioca, tão apaixonado por futebol.

Terra mágica onde nasceu a seleção brasileira, onde a nossa canarinho ganhou seu primeiro título internacional, onde o maior público de um jogo entre clubes de futebol foi registrado, onde Pelé marcou seu milésimo gol e onde esperamos alcançar a glória máxima do futebol mundial: ser campeão do mundo na nossa própria casa.”

terça-feira, 28 de agosto de 2012

CALENDÁRIO DO FUTEBOL BRASILEIRO 2013


A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) apresentou hoje o calendário do futebol brasileiro no ano de 2013, conforme as descrições abaixo:

-Em função da Copa das Confederações, que será realizada no Brasil entre 15 e 30 de junho, e serve como evento-teste para a Copa do Mundo, toda a programação foi elaborada de forma a que durante a sua realização não haja nenhum outro campeonato paralelamente.

- Também há uma previsão de 15 amistosos da Seleção Brasileira de Futebol no ano de 2013, entre 6 de fevereiro e 19 de novembro

- Os campeonatos estaduais começam em 20 de janeiro e terminam em 19 de maio, com 23 datas previstas.

- A Copa do Brasil começará em de 3 de abril indo até 22 de maio e se prolongará de 3 de julho a 27 de novembro .

- O Campeonato Brasileiro começará em 26 de maio com cinco rodadas até 9 de junho, retornando em  7 de julho e terminando em 8 de dezembro.

- A Copa Libertadores começa em 23 de janeiro indo até 22 de maio e sua etapa final vai de 3 de julho a 24 de julho.

- O Campeonato Mundial Interclubes acontecerá de 11 de dezembro a 21 de dezembro.

Abaixo segue uma tabela esquemática do calendário do futebol brasileiro em 2013:


domingo, 26 de agosto de 2012

O TN10 voltou!


foto Dhavid Normando/Photocamera

" Amigos, a humildade acaba aqui".

Parafraseando o grande Nelson, vos digo que hoje o Fluminense jogou como um verdadeiro campeão, como "O" verdadeiro campeão que ,é e que sempre foi, desde quarenta minutos antes do nada, quando foi criado o fla x FLU. 

A despeito da falha clamorosa da nossa defesa, a vitória parecia tão óbvia, que até Nelson reveria seus conceitos.
A bem da verdade, o jogo começou bem truncado, seguindo a mesma crônica de todas as partidas do nosso FLU dos últimos tempos. Poucas oportunidades de gol e jogo concentrado no meio campo. De bom mesmo, só o gol anulado do Fred, decisão questionável, mesmo olhando o "burro videotape", como diria Nelson.

Chamava a atenção o nervosismo do time do Vasco. Juninho não encontrava espaço e Dedé protagonizou duas cenas totalmente impensáveis para a sua categoria. Primeiro tirou de cabeça a escanteio uma bola que tinha endereço certo às mãos do Prass. Isso sozinho dentro da área! Depois foi a vez do mais bisonho. Ao disputar uma bola junto à lateral, foi presa fácil e ainda se atrapalhou com as próprias pernas deixando a redonda sair em lateral para o FLU.

Quando veio o intervalo, cada pequena alma tricolor sabia que algo iria mudar. Mudou, mas o que vimos foi o Vasco voltar enlouquecido, querendo o gol a qualquer preço.
De alguma forma Juninho encontrou o seu lugar e passou a comandar as ações do Vasco, o que para qualquer adversário, não é uma alternativa interessante.

Porém, como acontece a qualquer mortal que se lança ao ataque contra o FLU, o Vasco foi pego de surpresa em mortal contra ataque puxado por Sóbis, Wagner e depois caindo nos pés abençoados pela camisa 10 ( sem ranço molambento) de Thiago Neves. Gol de voleio, uma pintura! Para ir pro DVD. Gol vindo de uma jogada já tentada algumas vezes, e que, pelo poder da insistência teve sucesso enfim.

Nessa altura o Vasco ia perdendo a cabeça, e só não perdeu de vez, porque foi agraciado com uma falha do guerreiro Gum, tirando das mãos do" Cava Absoluto" e direcionando ao gol o último suspiro vascaíno.
E foi nesse momento do jogo que vimos o Fluminense das goleadas de 1 x 0, o nosso querido "timinho", entrar em campo.
Sem desespero, jogadores e torcida creram na vitória. E ela veio, suada, brigada, sonhada, como sempre.

Na falta à entrada da área, muitos torcedores ao redor, anteciparam o triunfo. Nós também acreditamos: 2 x 1, em mais uma jogada ensaiada. Edinho, descobrindo o seu lugar ao sol, empurra literalmente a barreira do Vasco e deixa livre o único espaço por onde a bola poderia passar para morrer mansinha no fundo do gol de um Prass, que de pé, procura a redondinha até agora e tenta entender  o que houve.

O que aconteceu depois pouco importa. O que importa é que a cada dia que passa, se torna mais difícil para um tricolor ser humilde.
Mas o que importa se a humildade acaba aqui?

Salve Nelson Rodrigues! Salve o nosso "Papel" Félix! Salve os que sempre souberam que o Fluminense é o melhor time, e se os fatos provarem o contrário, azar dos fatos.
Mas hoje nem mesmo os fatos jogaram contra nós.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Felix, muito obrigado, "papel"!


Félix Miélli Venerando nasceu em São Paulo, na véspera do natal de 24 de dezembro de 1937, começou no Juventus onde jogou de 1952 a 1955, sendo contratado pela Portuguesa, tendo defendido a Lusa até 1968.

Uma curiosidade desta época foi que, num jogo amistoso entre a Portuguesa e uma seleção local de Massachusetts, em 1964. quando o jogo estava 9x0 para a Lusa, Felix foi substituído no gol por Orlando e marcou um gol jogando na linha.


Félix disputou 48 partidas pela Seleção Brasileira de Futebol, e conquistou, além da Copa do Mundo de 1970, no México, o bicampeonato da Copa Rio Branco (em 1967 e 1968).


Felix, cujo apelido era "papel", pela leveza de seus saltos, foi contratado pelo Fluminense em 20 de julho de 1968 e encerrou sua carreira no dia 23 de janeiro de 1976. Em sua passagem pelo Fluminense, Félix foi Campeão Brasileiro em 1970, Campeão Carioca em 1969, 1971, 1973 e 1975, Campeão da Taça Guanabara em 1969, 1971 e 1975 e Campeão do Torneio de Paris em 1976. Representando o Fluminense, disputou 319 partidas, com 159 vitórias, 82 empates e 85 derrotas, tendo sofrido 261 gols (0,82 por partida).


Felix faleceu hoje, 24 de agosto de 2012, em São Paulo, em decorrência de complicações de um enfisema pulmonar.

Queremos homenagear a este grande goleiro, grande profissional e, acima de tudo, grande figura humana, que representou com dignidade e competência o pavilhão tricolor. A você, Felix, nossa eterna gratidão, respeito e homenagem.


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

NELSON RODRIGUES, O PROFETA TRICOLOR




Nelson Falcão Rodrigues  nasceu em Recife no dia 23 de agosto de 1912, numa família de 15 filhos do jornalista Mário Rodrigues. Veio para o Rio de Janeiro com 4 anos, onde viveu por toda a vida. Começou a carreira no jornal de seu pai, “A Crítica” e trabalhou nos principais jornais do Rio de Janeiro. 

Sua carreira como jornalista e dramaturgo já é largamente conhecida e dispensa maiores esclarecimentos, pois o objetivo desta homenagem é abordar seu lado futebolístico e, inerentemente, sua paixão pelo Fluminense, clube que exaltou por toda a vida e sobre o qual escreveu crônicas e frases memoráveis. Nenhum clube do Brasil e, provavelmente, do mundo, tem ou teve o privilégio de ser objeto de tantas e tão belas palavras escritas por um monstro da literatura.



Durante muito tempo seus textos foram publicados no Jornal dos Sports.  Com seu irmão, o jornalista Mário Filho, contribuiu para a mística do Fla-Flu,  visto como o clássico mais emblemático do futebol.  Com a fundação da TV Globo, nos anos 60, Nelson  participou da bancada da Grande Resenha Esportiva Facit, a primeira "mesa-redonda" sobre futebol da televisão brasileira. Desde então, até o final de sua carreira, foi colunista do jornal O Globo, onde publicou sua última crônica, sobre o título estadual conquistado pelo Fluminense sobre o Vasco, no dia 2 de dezembro de 1980.


Nelson faleceu aos 68 anos de idade, num domingo, 21 de  dezembro de 1980, após uma longa luta contra complicações cardíacas e respiratórias. No  dia de sua morte, ele ganhou na Loteria Esportiva, fazendo treze pontos  num "bolão" com os colegas de "O Globo".


Nelson se utilizava de  alguns personagens que criou em suas crônicas sobre futebol. Havia, por exemplo, o “Ceguinho Torcedor”, que ia de bengala para o Maracanã,  discutia sobre o jogo,  sobre o pênalti ou impedimento. Afinal, não lhe era preciso enxergar com os olhos, bastava-lhe ver com o coração, como qualquer torcedor.

O mais famoso, talvez, fosse o “Sobrenatural de Almeida”. Uma figura soturna, capaz de modificar o resultado dos jogos, trazendo sempre um clima pessimista e catastrófico. Morava no subúrbio, numa cabeça de porco, abanando-se com a “Revista do Rádio”, para driblar o calor de seu quartinho. Escolhia um time, ou um jogador, para azucrinar, dar-lhe azar e fazê-lo perder um gol incrível ou se machucar. Através dele, Nelson representava aquele  tipo de torcedor pessimista, que reclama de tudo e de todos.

Havia também o tricolor "Gravatinha", que  ia ao estádio de terno e sua característica gravata borboleta. Morreu em 1958, vítima da gripe Espanhola com mais de oitenta anos. Magro, fala mansa e “voz de criança que baixa em centro espírita”, sempre que aparece no estádio é garantia de que a vitória será do Fluminense, já que, como vem do outro mundo, já sabe qual será o resultado do jogo. E só vai ao estádio para assistir a vitórias do Fluminense.

Até a Grã-Fina das Narinas de Cadáver podia aparecer numa de suas crônicas futebolísticas, como no trecho abaixo:
"Ontem, encontrei-me com a grã-fina das narinas de cadáver. Ela veio para mim feliz do encontro. Disse: "Vou ao Fla-Flu". Imaginem vocês que, outro dia, ela me entra no "Mário Filho" e pergunta: "Quem é a bola?" Não sabia quem era a bola, mas era tocada pela magia do Fla-Flu. Sabe o que é o Fla-Flu e não sabe quem é a bola. (...)


Para concluir esta singela homenagem a este patrimônio do Fluminense, seguem algumas de suas antológicas frases sobre o clube:

- “Grandes são os outros, o Fluminense é enorme”.

- “Se o Fluminense jogasse no céu, eu morreria para vê-lo jogar”.

- “O Fluminense é o único time tricolor do mundo. O resto são só times de três cores”.

- “Eu vos digo que o melhor time é o Fluminense. E podem me dizer que os fatos provam o contrário, que eu vos respondo: pior para os fatos”.

- “Pode-se identificar um Tricolor entre milhares, entre milhões. Ele se distingue dos demais por uma irradiação específica e deslumbradora”.

- "Se ainda usássemos chapéu teríamos de tirá-lo toda vez que fossemos falar do Fluminense."

- "Não se dá um passo em Álvaro Chaves sem tropeçar numa glória."

- “Se quereis saber o futuro do Fluminense, olhai para o seu passado. A história tricolor traduz a predestinação para a glória”.

- “O Flamengo tem mais torcida, o Fluminense tem mais gente!”.

- “Sou tricolor, sempre fui tricolor. Eu diria que já era Fluminense em vidas passadas, muito antes da presente encarnação”.

- “O Fluminense nasceu com a vocação da eternidade…tudo pode passar…só o tricolor não passará jamais”.

- “Ser tricolor não é uma questão de gosto ou opção, mas um acontecimento de fundo metafísico, um arranjo cósmico ao qual não se pode - e nem se deseja - fugir."

-  “Uma torcida não vale a pena pela sua expressão numérica. Ela vive e influi no destino das batalhas pela força do sentimento. E a torcida tricolor leva um imperecível estandarte de paixão”.

- “Nas situações de rotina, um 'pó-de-arroz' pode ficar em casa abanando-se com a Revista do Rádio. Mas quando o Fluminense precisa de número, acontece o suave milagre: os tricolores vivos, doentes e mortos aparecem. Os vivos saem de suas casas, os doentes de suas camas e os mortos de suas tumbas”.

-  “A Grande Guerra seria apenas a paisagem, apenas o fundo das nossas botinadas. Enquanto morria um mundo e começava outro, eu só via o Fluminense”. 


Para quem quiser conhecer mais da história deste ícone da literatura, do jornalismo, da dramaturgia e da crônica esportiva, recomendamos a leitura do livro: "O profeta Tricolor, cem anos de Fluminense", com setenta crônicas de Nelson sobre o Fluminense e "O Anjo Pornográfico", biografia de Ruy Castro sobre Nelson.

domingo, 19 de agosto de 2012

El, el, el, Samuel



Mais um jogo, e a famosa goleada de 1 x 0.
A “goleada” de hoje teve um perfil diferente. O FLU esteve perto do gol muitas vezes durante todo o jogo. Perdemos gols incríveis e fizemos um improvável, num desvio de bola com o Samuca intensamente marcado. Nosso Frederico fez sim enorme falta. A sua qualidade de finalização é indiscutível e teria tornado o jogo de hoje bem mais fácil.
O time do Sport é valente e pareceu ter bem mais qualidade do que demonstra a sua posição na tabela.
No entanto, sabem bater direitinho e apenas um expulso acabou ficando barato.
A postura do FLU foi novamente a mesma apesar dos desfalques, o que nos deixa feliz. Mais feliz ainda deixou a atuação do Thiago Neves. Além de guerreiro, viu-se lampejos da sua apurada técnica durante o jogo. Cobrou faltas maravilhosamente, quase marcou por duas vezes e o gol teria sido um prêmio à sua atuação, no mínimo esforçada.
Ousamos dizer que a sua mudança de posicionamento ( hoje jogando como segundo atacante com Sóbis mais atrás), lhe foi muito benéfica. Houve uma breve troca de posições entre os dois pouco antes da saída do Sóbis, mas não deu para tirar grandes conclusões. 
Noves fora, o TN7 ( agora TN10) agrada mais jogando à frente.
Diguinho também voltou muito bem, valendo lembrar que foi de seus pés que saiu a jogada do gol.
O FLU vinha jogando bem, dentro do seu padrão tático, com um volume de jogo bem maior ( é só ver o número de escanteios que teve a seu favor), mas esbarrava nas finalizações, hora equivocadas, mas na maioria das vezes freadas pela atuação de gala do goleiro Magrão, um monstro na meta do Sport.
O FLU perseguiu a vitória o tempo todo, por isso não podemos creditá- la à expulsão justíssima do Tobi que marcava o FLU pela direita.  É preferível dizer que fomos brindados com os 3 pontos graças à dedicação e à determinação do nosso time.
Menção honrosa para a s entradas de Michael e Higor. Assim que entrou em campo, Michael trabalhou uma bela jogada pela direita e foi destemido no cruzamento.
Já Higor mostrou a qualidade ( já conhecida) no passe. 
Tudo isso enche de esperanças os corações tricolores, que vêem nascer outros bons jogadores do celeiro fertilíssimo de Xerém.
Ainda vale mencionar a segurança do nosso " Cava Absoluto " sempre que foi acionado.
Agora é secar nossos adversários diretos, Galo e Bacalhau para tentarmos fechar o primeiro turno na liderança isolada do campeonato, dando o golpe final no sábado que vem.
Para isso, a tarefa mais árdua: torcer para a cachorrada e para os molambos amanhã. O Botafogo vencer não nos afeta muito, mas torcer para o flazinho é coisa que as moléculas tricolores rejeitam intrinsecamente.
De qualquer modo, um empatezinho no clássico carioca já nos abre uma ótima vantagem.
Que Fred volte correndo contra o Vasco para a nossa alegria e tranquilidade
 Wallace pode ter fraturado uma costela na entrada desgovernada que sofreu, vamos torcer que nada tenha acontecido.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Plano Sócio Futebol II, votar e ser votado

Há cerca de um mês, publicamos o primeiro post sobre o levantamento que a Tricolor de Coração realizou sobre os planos Sócio Futebol dos principais clubes do Brasil. Nesta primeira parte, foram abordados os valores e a questão da inclusão do ingresso na mensalidade, do desconto ou preferência para a compra. Este é o primeiro ponto que vem à mente ao se discutir sobre o assunto e que originou a criação destes planos: estabelecer uma forma de garantir antecipadamente um número de pagantes para os jogos em que o clube é mandante e, em retribuição, oferecer aos seus torcedores e associados, vantagens para a aquisição do ingresso.

Em grandes clubes europeus, os programas sócio-futebol são amplamente utilizados e nos clubes mais bem sucedidos, a demanda supera a oferta. Esta situação gera uma lista de espera e, caso um cliente (afinal, trata-se de um serviço, então, o usuário é um cliente), não confirme sua preferência de compra, há muitos aguardando ansiosamente pela oportunidade.

Não se trata apenas da compra do ingresso para um determinado jogo, mas é necessário adquirir um carnê para TODOS os jogos em que o clube é mandante. Trata-se, assim, de um investimento considerável que, ao mesmo tempo, permite que o clube garanta sua renda de bilheteria antecipadamente para o ano todo. A exceção é, logicamente, com relação às Copas, já que não há certeza da fase a que o clube chegará.

Porém, na formulação do Plano Futebol do Fluminense, um fator tem sido considerado como determinante: Garantir o direito do associado votar para eleger o Presidente do Clube. Assim, além do direito de assistir aos jogos do time, o torcedor poderá tomar parte da escolha do dirigente principal do clube. Ao mesmo tempo em que esta possibilidade democratiza o processo, atraindo a participação da torcida, poderá evitar um esvaziamento do cadastro de sócios-futebol numa temporada em que o time não fizer uma boa campanha.

A redução da rotatividade ou da variação do número de participantes do plano Sócio Futebol se chama FIDELIZAÇÃO e, certamente, deve ser uma preocupação e uma meta a ser perseguida pelos responsáveis de qualquer programa bem estruturado. Afinal, só com uma garantia de faturamento antecipada é que se pode planejar financeiramente a temporada sem sobressaltos e incertezas. Uma má campanha tem um efeito terrível no público dos jogos e, conseqüentemente a redução na renda pode ampliar o problema, refletindo na necessidade de venda ou dispensa de jogadores ou incapacidade em contratar reforços.

Voltemos, então, à questão do direito de voto. Além da possibilidade de participar como eleitor, há também a questão do direito de ser votado, ou seja, eleger-se Conselheiro. Os clubes, na realidade brasileira, são compostos de um conselho diretor, constituído pelo Presidente, Vice-Presidente e, de acordo com seus estatutos, os diversos Vice-Presidentes e/ou Diretores, por um Conselho Deliberativo e por um Conselho Fiscal, normalmente escolhido entre os membros do Conselho Deliberativo.

Nas eleições, na maioria dos clubes brasileiros, as chapas concorrentes são formadas pelo candidato a Presidente, a Vice-Presidente e por uma lista de Conselheiros. Além destes, há os conselheiros permanentes, ou perpétuos, onde se incluem os Beneméritos.

Segue, abaixo, a tabela com a pesquisa realizada:



Na pesquisa realizada, quanto ao direito de votar e ser votado, indentificamos a seguinte situação:

 -  Entre os 13 clubes pesquisados (além do Fluminense), 6 possuem planos com direito a voto, (Atlético-PR, Coritiba, Grêmio, Inter, Vasco e Santos).
- No caso de Internacional, Atlético-PR e Santos, os clubes só possuem uma forma de associação. Não há planos do tipo "Sócio Pleno" e "Sócio Futebol", assim, evidentemente, todos os sócios têm direito a voto.
- Ainda com relação a Atlético-PR e Santos, estes clubes não têm sede social de lazer. Só possuem o departamento de futebol, o que explica a razão de só possuírem um tipo de associação. Já no caso do Internacional, caso o sócio deseje utilizar outras atividades, paga valores adicionais em sua mensalidade.
- Além dos três clubes citados acima, Grêmio, Coritiba e Vasco têm planos com direito a voto.
-  Inter, Santos e Vasco exigem dos sócios uma carência de 12 meses para ter direito a voto.
-  Coritiba e Grêmio exigem dos sócios uma carência de 24 meses para ter direito a voto.
-  Atlético PR exige dos sócios uma carência de 36 meses para ter direito a voto.
-  Entre os demais clubes, que não incluem direito de voto ao sócio torcedor, o Corinthians chega a exigir de seus sócios uma carência de 5 anos para ter direito a voto.
- De forma geral, estes planos exigem que, para ter direito a votar, haja um período mínimo de regularidade no pagamento das mensalidades, para evitar a inadimplência. Esta é, na verdade, a principal ferramenta para alcançar o objetivo principal de inibir a rotatividade e garantir a fidelização dos sócios.

O outro ponto a ser considerado é quanto ao direito do sócio-futebol ser votado, ou seja, participar do Conselho Deliberativo. Da mesma forma que no direito a votar, apenas alguns dos clubes brasileiros prevêem este direito ao sócio futebol, devendo ser ressaltado, novamente, que Atlético-PR, Internacional e Santos têm a particularidade já informada de só possuírem um tipo de associação.
Quanto ao prazo de carência para poder ser votado, o levantamento realizado apontou a seguinte situação
 -  O Internacional exige 1 ano de associação para que o sócio possa ser votado.
-   Atlético PR e o Coritiba exigem 4 anos de associação para que o sócio possa ser votado
-    Grêmio e Santos exigem 5 anos de associação para que o sócio possa ser votado.
-    Entre os demais clubes, que não incluem direito de ser votado ao sócio torcedor, o prazo para os sócios com direito a voto varia entre 2 e 5 anos para concorrer ao Conselho Deliberativo.


quarta-feira, 15 de agosto de 2012

A luta continua.


Não se esperava assistir um jogo nos moldes desse Cruzeiro x FLU. A raposa estava com raiva!!! Não tomou vacina nem seus remédios.

É verdade que eles vêm fazendo um campeonato abaixo de suas expectativas, mas entraram em campo em 6o. lugar! É claro que havia uma razão extra, e essa razão era o pífio aproveitamento em casa. Isso aliado ao excelente aproveitamento do FLU como visitante, pronto!......foi nitroglicerina pura.

O Cruzeiro imprimiu um jogo frenético desde o apito inicial, e não à toa o Flu sofreu um gol logo aos 2 minutos. O lance antecedente já contou com a participação da nossa mais nova amiga de infância: a trave, que salvou o FLU nesta oportunidade. Vale mencionar os detalhes desse lance. Na jogada anterior o FLU teve um escanteio e nossos zagueiros Gum e Euzébio subiram para tentar de cabeça. A jogada não deu certo e o Cruzeiro desceu em contra ataque a duzentos por hora, pegando a nossa retaguarda desprevenida.

Que prestemos atenção e corrijamos essa postura, pois outros times podem se aproveitar também.

Depois disso a tônica do jogo foram as trapalhadas do quinteto de arbitragem que não juntavam " lé com cré ".......Bizarro.
Primeiro, o próprio gol do Cruzeiro contou com uma ajeitadinha de mão do esperto Wellington Paulista. Depois foram, só prá sintetizar, dois pênaltis não marcados, um prá cada lado e alguns impedimentos inexistentes, dentre eles um em que Thiago Neves ia entrar sozinho cara a cara com o Fábio.

E a raposa continuava irada, dava prá ver o pânico no semblante de cada jogador. Nunca se viu tanto pavor e descontrole. Só o Montillo parecia manter a frieza e deu um bocado de trabalho até sair, principalmente nas descidas pela direita.

As expulsões de Matheus Carvalho e Charles acabaram sendo café pequeno. Aliás o tal do Charles vinha pedindo de joelhos a expulsão já ia tempo.

No meio disso tudo houve a jogada magistral ( e ensaiada!!!) do nosso gol, com Thiago Neves cobrando para a direita e daí saindo um cruzamento na medida para o nosso artilheiro Fred. Nosso só não, artilheiro isolado do campeonato até este exato momento.

Bem, noves fora e prá jogo fora, até que o resultado não foi ruim, mesmo lembrando que o Fred perdeu o gol da vitória de uma maneira que ele não costuma perder.

Perdemos a chance de encostar de vez no Galo, que hoje tropeçou feio do seu homônimo goiano.

Até podemos perder a vice liderança amanhã para o bacalhau, mas manteremos a distância para o líder do campeonato, que, em última análise, é o que importa.

No sábado o FLU volta a campo contra o Sport em jogo mais ou menos em casa. Não teremos Fred, suspenso pelo terceiro amarelo, mas teremos a obrigação absoluta da vitória.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Ufa, valeu papai Jean!



Graças a Deus e aos deuses do Olimpo, que ainda estão terminando o seu trabalho nesta dimensão, o FLU novamente aplicou a sua tradicional goleada de 1 x 0 e coletou mais 3 pontinhos neste dificílimo Campeonato Brasileiro.

Lógico que não dava para perder a chance de ganhar a segunda posição do campeonato, num dia em que o Vasco deu mole e perdeu para o inacreditável Galo mineiro, que está duro na queda....uffaaaa!!!!!!!

No jogo  que marcava o fim da 16ª rodada às 18h30 de um domingo Dia dos Pais e que marcou o encerramento dos Jogos Olímpicos de Londres, o primeiro tempo foi de um jogo moroso, com poucas oportunidades de lado a lado.......um jogo chato mesmo.

No segundo tempo, lá pelos 20 minutos, o FLU forçou o Palmeiras ao seu próprio campo, tomando conta do meio de campo. Era a primeira blitz do FLU em busca da vitória. Era o primeiro golpe do traiçoeiro (no bom sentido, é claro!) time de Guerreiros rumo aos 3 pontos. Neste momento, o Felipão, indócil, se levantou lá na cabine de onde assistia o jogo, pressentindo que não seria o dia em que o verdão deixaria o Z4.

Depois dessa primeira tentativa de abrir o placar, que não conseguiu sucesso, pois as poucas chances criadas não chegaram a trazer perigo para a meta alviverde, houve um relaxamento e o jogo ficou chato de novo. Cavalieri teve muito trabalho  e a trave andou sendo amiga, fazendo lembrar a "leiteria" do Castilho.
O Abel fez suas substituições meio loucas, arriscando tudo.  Pela segunda vez, colocou o time com 3 volantes e 3 atacantes, tirando novamente Wagner e Thiago Neves, que mais uma vez renderam menos do que o esperado.  O time chegou a ficar com 4 atacantes, com a saída de Edinho, fazendo lembrar as táticas digamos "arrojadas" de Renato Gaúcho. Mas o risco era necessário pois qualquer resultado que não fosse a vitória seria um desastre para o Flu.
Quando se aproximava a hora da torcida invocar o último recurso e cantar "A benção João de Deus", aos 38 num passe magistral do Sóbis para Jean, que chutou à esquerda do Bruno, enfim o gol. A bola, que não saiu com tanta potência, mas bem colocada, entrou no cantinho, morrendo no fundo da rede palmeirense.

E assim terminou com a vitória do FLU, o confronto entre os campeões mundiais de 1951 e 1952, que trocaram faixas antes do jogo.

Hora de relaxar um pouco, mas não muito, pois na quarta tem outra batalha, e fora de casa, bem aos moldes do nosso time. O adversário é o mega freguês Cruzeiro. Mas retrospecto é coisa prá matemático. 

Prá nós torcedores e para o time, é apenas mais uma batalha rumo ao nosso Olimpo 2012: o tetracampeonato brasileiro!

P.S.- E aí? Brazuca, Bossa Nova ou Carnavalesca?

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Dívidas, Penhora e Auditoria II


A penhora ordenada pela Justiça Federal de R$ 1,2 milhão que o Fluminense teria a receber em direitos de transmissão, referente ao não pagamento de Imposto de Renda e retenção irregular do INSS de funcionários, ocorrida durante o período de 2007 a 2010, e cuja dívida total relativa a esta questão atualmente ultrapassa o valor de R$ 20 milhões, demonstra e comprova de forma inequívoca a necessidade da realização de auditoria profunda (financeira, contábil e documental) do período relativo ao mandato anterior, que deveria ter ocorrido durante o primeiro ano da atual gestão.

Sabemos que, além desta dívida, muitas outras foram identificadas e que desde o início da atual gestão vem sendo realizado um grande esforço para equacionar o gigantesco passivo do clube. Neste sentido, importante passo já foi dado ao conseguirmos retornar ao Ato Trabalhista.  Não obstante, não é admissível, após 20 meses da atual gestão ter assumido o comando do clube, que se alegue surpresa pela ação de penhora.

No princípio desta gestão (primeiros 03/04 meses) foi feita a opção de não dar prioridade à realização de uma auditoria abrangente e, consequentemente, não priorizar uma ação que permitiria prever, conhecer e dimensionar a gravidade da situação. Se tal surpresa se apresenta atualmente, infelizmente, deve-se à leniência e foco gerencial equivocado da atual gestão sobre este aspecto. O seu conhecimento prévio permitiria elencar - antecipadamente - diversas opções de decisões, evitando a urgência da presente situação, que hoje cobra um alto e pesado preço por esta equivocada decisão.

A realização de auditoria permanente, realizada de forma independente e com resultado amplamente divulgado, faz parte da carta de princípios da Associação Nacional Tricolor de Coração (TC) desde sua idealização, e foi recomendada vigorosa e formalmente  pela TC nas primeiras reuniões do Conselho Deliberativo atual, em especial naquela em que a TC apresentou e propôs, em tribuna, a recomendação de veto às contas da gestão Roberto Horcades (moção aprovada por 121 votos a 12).

Cabe registrar que a reprovação das contas da gestão anterior não se tratou de um ato político, mas uma decisão tecnicamente embasada, após análise dos números e contas apresentados, em claro desacordo com as boas práticas de gestão, seja financeira, contábil ou gerencial. 

Infelizmente, a administração atual do Fluminense incorreu em erro de julgamento, que não se esperaria ser cometido por uma administração que vem se mostrando ser séria e profissional: acreditar e encarar que realizar a auditoria poderia ser interpretado como ação de caráter punitivo ou vingança contra administrações passadas! 

O entendimento de que uma auditoria pudesse significar revanchismo, acarretou que não tenha sido dada a devida prioridade ao assunto quando, na verdade, a auditoria se trata de uma poderosa ferramenta auxiliar de gestão que permite estabelecer um quadro detalhado da situação no momento em que é realizada, indicar os principais erros a serem corrigidos, e - fundamentalmente - propiciar desenvolver e implantar melhores práticas de gestão.

A Auditoria, em si, não se trata de ação punitiva mas de necessidade primária para uma boa gestão, que tem valor diretamente proporcional à sua profundidade e seriedade, não devendo se confundir punição com o escopo financeiro, contábil ou gerencial, que devem ser a preocupação da gestão. 

A identificação da ocorrência de prática de atos prejudiciais à instituição, não sendo relevante se foram causados somente por culpa ou se havia dolo, com o deliberado propósito de praticar ações irregulares, poderá ensejar, a critério do atual administrador, medidas reparadoras ou, dependendo do âmbito e da sua gravidade, ação de âmbito legal, jurídico ou policial.

Agora, esperamos uma solução criativa que resolva o problema a tempo, de forma a que minimizemos os graves e sérios impactos na gestão, que cumpre registrar novamente, vem sendo conduzida com o significativo profissionalismo que leva ao sucesso. 

Na oportunidade, a TC se coloca, como o fez desde o início da atual gestão, à disposição para colaborar e apoiar as ações da atual gestão em prol do estabelecimento do equilíbrio financeiro e contábil do Fluminense.

Vitória fora de casa...


Há cerca de duas semanas, Fred comentou que o gramado do Engenhão estava muito ruim. O irascível presidente do clube alvinegro, inquilino da Prefeitura no estádio, usando de sua conhecida "elegância", disse que já estava cansado das reclamações e sugeriu que o Fluminense fosse jogar no Aterro.

Uma semana depois, o Botafogo pediu à CBF que alguns jogos de Fluminense e Flamengo fossem transferidos de local, porque o gramado do Engenhão não estava aguentando.

Assim, o jogo de hoje entre Flu x São Paulo (o tricolor contra o tricolor paulista, já que o Flu é o único que não precisa dizer sua origem, tricolor só tem um), foi parar em São Januário. Terra estranha com gente esquisita. Local inóspito e desconfortável para a torcida tricolor, que como era de se esperar, não compareceu em bom número, num público próximo a 5 mil pessoas.

Ao menos, desta vez, o resultado foi positivo, pois foi neste mesmo estádio que o Flu empatou em 0x0 com o Paulista de Jundiaí na decisão da Copa do Brasil e perdeu de 2x0 na estréia do Campeonato Brasileiro de 2011, contra o mesmo São Paulo.

No jogo de hoje, o Flu entrou desfalcado de Deco e Wellington Nem, contando, assim com Rafael Sobis e, no meio campo, com Thiago Neves e Wagner na criação. No papel, é um trio de respeito e seria o sonho de qualquer equipe. Mas na prática, estão muito abaixo do que já apresentaram um dia.

Assim, num gramado muito ruim, em que a bola começava a quicar depois de rolar 2 ou 3 metros, o primeiro tempo foi para esquecer. Ambos os times não conseguiram fazer grandes coisas até conseguirem, cada um a seu tempo, fazer um gol praticamente igual. Falta na intermediária, bola alçada na frente da pequena área e gol de cabeça contando com falha do goleiro adversário. Foram para o intervalo empatados, mas seria mais justo que tivesse sido 0x0, porque os dois não mereceram marcar gols.

No segundo tempo, o Flu voltou bem melhor e, apesar de uma noite lamentável do jovem Wallace e da preguiça de Carlinhos, conseguiu voltar à frente do placar numa jogada de Jean, o melhor da noite, que cruzou na cabeça de Fred, que só precisou de uma oportunidade para fazer a diferença e colocar no canto do ex-goleiro Rogério Ceni.

Ao longo do jogo, ambos os treinadores aproveitaram seus bancos de reservas e tentaram mudar a dinâmica do jogo. No Flu entraram Diguinho, Rafael Moura e Matheus Carvalho, no lugar de Wagner, Fred e Thiago Neves, o que deixou o time numa formação muito estranha, com 3 volantes e 3 atacantes e sem meias de criação. Bem, considerando que o time venceu, deixa pra lá...

Jogar em São Januário faz ver que o Flu precisa voltar a ter sua casa para jogar, porque depender do caríssimo e longínquo Engenhão não dá. Que o novo Maracanã esteja disponível o quanto antes, embora, com o público desta noite, poderíamos realizar o jogo facilmente em Laranjeiras, o que teria dado um charme especial, afinal, jogar em casa é sempre melhor.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Dívidas, Penhora e Auditoria

Os órgãos de comunicação noticiaram hoje que, em função de dívidas fiscais, a Justiça Federal determinou a penhora de R$ 1,2 milhão que o Fluminense teria a receber em direitos de transmissão. 

De acordo com a declaração do Presidente Peter Siemsen, a penhora refere-se ao não pagamento de Imposto de Renda e retenção irregular do INSS de funcionários, ocorrida durante o período de 2007 a 2010. Segundo Siemsen, a dívida relativa a esta questão atualmente ultrapassa o valor de R$ 20 milhões.

É por este e outros motivos que a Associação Nacional Tricolor de Coração acordou junto ao Presidente Siemsen, quando formalizou o apoio à sua eleição, que fosse realizada uma auditoria para levantar a situação detalhada das dívidas do clube.